O livro

Olá a todos!! :)

Após o simpático envio deste livro pela Editorial Presença, lancei-me a ele mal pude, curioso com o que o livro me reservaria. Passando-se na II Guerra Mundial e com uma capa tão apelativa, seria difícil deixá-lo na estante por muito tempo... :P

Bem, antes de mais, tenho de vos dizer que o trabalho gráfico está muito bom. Acho que a Presença está a apostar (e muito bem!) na diferença pela imagem interior do livro, sem nunca descorar a qualidade, como já tive oportunidade de perceber em "Belgravia".

"O Fabricante de Bonecas de Cracóvia" apresenta-nos um desenho no início de cada capítulo e ainda uma moldura por página naqueles que se passam no País das Bonecas. São a preto e branco e integram-se muito bem!

Mas vamos à história!

Karolina é uma boneca que deixou o seu país em guerra para o salvar. Acorda no belo corpo de uma boneca feita pelo simpático e bondoso Cyryl Brzezick, o Fabricante de Bonecas, dono de uma loja de brinquedos em Cracóvia. Os dois desenvolvem uma forte amizade, que se vai estendendo a dois amigos, Jozef e a filha Rena, que são judeus.

No entanto, Karolina vai percebendo que também no mundo dos humanos há guerra e dor. Mas, mais forte do que isso, há magia, aquela que vem do amor que falta aos bruxos alemães, que invadiram Cracóvia e desprezavam os judeus. E é essa magia que a nossa combativa Karolina vai querer que o Fabricante de Bonecas use, porque essa magia não lhe falta.

Neste contexto, importa ajudar os outros, independentemente das consequências. Importar ter esperança. Amar.

À medida que a história vai avançando, alguns capítulos vão-nos integrando no País das Bonecas e no que ele se tornou depois de invadido pelos malvados ratos... A autora consegue fazer uma boa ponte entre os dois mundos.

Bem, a criatividade da autora é muito boa, criando um mundo novo, diferente de todos os pressupostos de magia e fantasia que nos são familiares, conseguindo criar uma relação bem interessante (e simbiótica) entre os sentimentos e a magia.

As personagens não poderiam ser mais cativantes. Ainda que lhes falte um pouquinho mais de construção, elas tomam-nos o coração com uma facilidade genuína. O estilo da autora é muito peculiar, acho que nunca encontrei um parecido antes. É muito pessoal, simples, puro. Torna-se belo na sua simplicidade, emotivo até (sim, porque o final foi bem triste...). Senti-me completamente envolvido pelo quentinho desta história. 

A leitura fluiu muito bem, e possui certas passagens mais poéticas na sua narrativa. A meu ver, só lhe faltou uma coisinha: em certos momentos, os diálogos e formas de pensar eram demasiado "infantis", mesmo para aquele que será o público-alvo.

De resto, não tenho nada apontar. Só queria ficar aqui o dia todo a escrever parágrafo atrás de parágrafo sobre como o livro nos faz sentir tão cheios e quentinhos, tão reconfortados.

Como não o posso fazer, fico-me por aqui: crianças ou não, se gostam de se sentir assim com um livro, avancem! Conheçam o País das Bonecas, a nossa guerreira Karolina, e a bondade do Fabricante de Bonecas.

Boas leituras!! ;)

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