Confesso que, a início, a história não me estava a cativar do modo que esperei. Gostei da premissa, mas esta não me pareceu muito original... Um rapazinho que gostava de cantar e de tocar e que estava proibido de o fazer, obrigado a manter a sua paixão em segredo por uma longa proibição familiar...

Mas uns minutos depois...! Mudei imediatamente de lado! :P

Estamos no México, precisamente no Dia dos Mortos, aquele em que os mortos visitam sua família e recebem as ofertas por esta deixadas, num símbolo de amor e garantia de que estes nunca serão esquecidos...

Bem, depois de se envolver numa grande trapalhada, o protagonista Miguel passa para o outro lado e conhece os seus antepassados, e até o seu grande ídolo musical... Mas nem tudo é o que parece. E, lutando pela música (ao mesmo tempo que, inconscientemente, descobre o quanto a família é fundamental), Miguel, perdido na deslumbrante e colorida Terra dos Mortos, desvendará o misterioso passado da sua família...

Antes de avançar para a morte, tenho de vos dizer que a tradição mexicana foi perfeitamente transposta para a história, incluindo pequenas práticas e modos de sentir. E toda essa magia paira no ar com um carinho meigo e confortável... Com uma energia vibrante e musical...

A qualidade de imagem, como de costume, está um espanto! Não falta nem um detalhe para dar mais realismo e fantasia a todos os lugares... É, sem dúvida, uma história na qual adentramos com uma facilidade admirável.

As personagens são mais do que cativantes e fazem-nos torcer por elas a todo o momento! E até abraçá-las por diversos motivos!! Só uma nos faz odiá-la, após uma reviravolta surpreendente e definitivamente bem planeada (como eu gosto!).

Enfim... Têm mesmo de ver "Coco" durante este Halloween!! Especialmente se valorizam a família e/ou sofreram alguma perda marcante. É um filme bem pensado e verdadeiramente completo. Para além disso, não faltam momentos divertidos pelo meio. Nem emoção! (Sinceramente, teria agradecido que alguém me tivesse avisado que ia ser tão tocante em certos momentos: teria evitado chorar que nem um bebé!...).

Em suma: Heartbreakingly beautiful!

Boas leituras!! ;)