À Conversa com... Robert Muchamore

20/12/2017


Entrevista


Olá a todos!! :)

É o dia!! É hoje que publico a entrevista com Robert Muchamore!

É uma enorme honra ter tido oportunidade de falar com o autor Robert Muchamore, mesmo antes da conversa e sessão de autógrafos na Fnac do Norteshopping, aquando da visita do autor a Portugal. O evento foi bem divertido e organizado pela Porto Editora, que está de parabéns!

Tenho de agradecer ao autor a disponibilidade, e à editora a possibilidade de ter esta conversa, a tão esperada entrevista que se integra no desafio de leitura da coleção "CHERUB", a qual marcou a minha pré-adolescência. Devem imaginar o meu nervosismo! Mas o autor mostrou-se bem descontraído, e depressa me deixou à vontade.

(E a minha amiga Marta merece aqui um grande OBRIGADO por me ajudar a traduzir algumas partes, não obstante todos os imprevistos "tecnológicos") :)

Bem, prontos para as perguntas? 




1.Considera que transporta coisas da sua vida real para os livros? Por exemplo, a equipa favorita de James (assim como a sua) é o Arsenal; Las Vegas, que adora, é um dos cenários d'"O General"...

Sim, eu acho que sim. Porque, quando escreves sobre algo, escreves melhor. E quando conheces essa coisa, tens de fazer menos pesquisa, o que significa menos trabalho. Quando encontro elementos da minha personalidade ou preferências, lugares ou equipas de futebol, encaixá-los-ei sempre nos livros, com certeza. Isto acontece com qualquer escritor e faz parte do processo criativo.

2. No seu website, diz que gostaria de "regressar ao local onde trabalhava e lembrar aos velhos patrões que (faz) mais dinheiro do que eles". Como é conseguir isso fazendo o que gosta, e especialmente numa carreira na qual é tão difícil fazer dinheiro "a sério"?

Eu senti-me muito sortudo, porque muitas pessoas sabem o que querem fazer quando são crianças ou jovens adultos, mas muito poucas pessoas conseguem realizar essas suas ambições. Por isso, é ótimo!

Ah, e, na verdade, para ser justo, isso era só uma piada. Nós ainda nos damos muito bem (até fui beber um copo com alguns deles antes de fazer esta viagem). (Não sou uma pessoa tão horrível como pareço no meu website...) :P

3. Como foi deixar a sua antiga profissão de investigador privado para ser um escritor a tempo inteiro, em 2005?

Foi bom, porque já me dedicava à profissão por um longo tempo. E fui bem sortudo. Vendemos o primeiro livro da "CHERUB" a uma editora americana, e tivemos logo o primeiro acordo para filme... Após dois anos de escrita, significava que poderia sair da minha profissão e ser um autor, que era o que eu sempre quisera.

Que influências ou ajudas esta constituiu na altura de escrever?

Oh, nada, na verdade... Acho que a ficção e a realidade são muito diferentes, pelo que não houve nada do meu antigo trabalho que tenha sido transposto para o tipo de coisas que escrevo nos meus livros.

4. Partilhou que existiu uma versão mais negra d'"O Recruta", e que integra sempre conteúdos "ultrajantes" no primeiro rascunhos dos seus livros. Por que acha que faz isso? Quais são, na sua opinião, as razões para não serem essas as versões publicadas?

Acho que, no primeiro livro, a questão era eu nunca ter antes escrito um livro para crianças, não entendendo que tipo de coisas as editoras gostam ou não, como regras e coisas que as pessoas consideram aceitáveis. Quando o apresentei, o meu editor avisou-me que certas partes poderiam chatear algumas pessoas. É um processo de aprendizagem, no qual se descobre o que é ou não aceitável. Eu tinha uma ideia, mas não existe nenhum trabalho no qual não tenhamos nada para aprender no início...

5. Como se sentiu ao terminar duas séries num período de tempo tão curto ("CHERUB" e "Rock War")?

Eu sinto que... Bem, é fantástico que a "CHERUB" tenha sido tão bem sucedida e realmente adorei-a, assim como "Rock War"! Apenas sinto que é tempo de avançar e fazer coisas novas. Tive muito sucesso na minha carreira como escritor, escrevi muitos livros nos últimos catorze, quinze anos. Mas, agora, sei que é tempo de seguir em frente, para livros que quero escrever e que são um pouco diferentes.

6. Depois disso, um livro novo. Como foi escrever um standalone? Sendo este um livro "apocalíptico" e mais crescido, e não podendo ver estas personagens novamente?

Uma das coisas em escrever um standalone pela primeira vez foi o facto de estar acostumado a este "longo alcance" das personagens, ao longo de vários livros. É engraçado, porque muitas pessoas me perguntam: "Como é que és capaz de escrever de tamanho suficiente para caber num livro?", e eu fico tipo "Oh meu Deus, eu tenho um 'aperto' no desenvolvimento das personagens neste livro". Mas foi interessante, uma experiência que me ensinou a fazê-lo numa história limitada.

7. Acha que a sua determinação em colmatar as falhas nos livros para os 12-15 anos foi a sua chave para o sucesso?

Sim... A meu ver, a minha chave para o sucesso foi encontrar uma "nuance" entre os livros para adultos e a fantasia. Há muitos jovens que adoram fantasia, mas há também esta audiência de crianças que não se identifica com a maioria dos livros que circulam por aí, preferindo outros como "CHERUB", que era um novo formato.

E humor? Terá tido a sua parte nisso? Nós encontramo-lo nos seus livros (e os mais novos adoram este humor descontraído), no seu website,...

A vida é engraçada, quer seja pelas piadas, quer pelas partidas. Isso é o que acontece na vida: coisas divertidas acontecem. Por isso, acho interessante incorporar o humor que existe na vida real. Pessoalmente, não aprecio quando os livros e filmes são muito, muito sérios. Todas as situações têm humor nelas, e, queremos ser realistas, temos de integrar algum humor, nem que se trate de uma série de documentários...

8. Tenta passar mensagens e reflexões enquanto escreve? Fala-se de drogas n'"O Traficante", homossexualidade com Kyle, vegetarianos e vegans com Lauren,... É algo propositado?

Eu nunca "estabeleci" ter uma mensagem. Mas dou-lhe o exemplo mais engraçado: no sexto livro, fui criticado por pais, que me diziam "Ei, tem atenção! O meu filho agora é vegetariano. Vocês, vegetarianos, puxaram-no para isso!". E é divertido, porque eu como carne, não sou vegetariano. Mas, quando escrevo um livro, procuro um "argumento". Sinceramente, não acho que tente passar mensagens, mas, para construir as personagens de forma credível, eles devem ter os seus princípios e mensagens.

Depois disto, ainda coloquei ao autor 2 perguntas rápidas (para responder com uma só palavra):

1. Eleja um dos livros que escreveu para ser "o livro": "O Recruta".

2. Escolha uma palavra para definer o modo como se sentiu ao saber que "O Recruta" seria publicado: estático, suponho. Estava muito feliz, de facto.

No final, tive ainda direito a uma fotografia com o autor!

Ah, e já sou agente da CHERUB, vejam só! :P 

Boas leituras!! ;)


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