Review: "Corpus", de Rory Clements

30/10/2020



Editora: Saída de Emergência

Autor: Rory Clements

Edição: 1

Número de páginas: 384




Sobre o autor

Nascido em Kent, Clements não cresceu num sítio só. Devido ao trabalho do pai ao serviço da Marinha Real, era obrigado a mover-se de lugar para lugar, enquanto sonhava tornar-se escritor. Hoje em dia, já publicou diversos livros, maioritariamente inspirado no pai, avô e bisavô, que sobreviveram a três diferentes guerras.



O livro

Olá a todos!! :)

Depois de "As Telefonistas" e "Auschwitz: Um Dia de Cada Vez", acabei a ingressar em mais uma história de um dos períodos mais negros que a Europa e o mundo já conheceram... Os sentimentos não variaram muito.

1936. A Europa está dividida entre dois opostos e violentos polos do espetro político. Por um lado, comunistas, por outro fascistas. A Rússia conhece o medo com Estaline, Alemanha com Hitler, Itália com Mussolini. Espanha encontra-se devastada por uma sangrenta guerra civil...

Mesmo em Inglaterra esta divisão é notória, dentro e fora da esfera política. Atos violentos incluídos. E é por isso que, após uma série de assassinatos aparentemente cometidos por blocheviques, um professor de História especializado em espionagem da era isabelina acaba envolvido numa série de segredos, interesses e estratégias políticas que o podem colocar em risco.

Juro que as primeiras páginas do livro me deixaram de olhos colados ao papel! A escrita do autor é bastante objetiva e a forma como os primeiros acontecimentos nos surgem é realmente pensada para nos fazer mexer as páginas.

Para além disso, vamos conhecendo as personagens principais e o clima vivido nestes tempos conturbados. É uma Europa diferente, perigosa, onde as desconfianças são constantes e muitos destinos constituem morte certa dependendo das convicções políticas que se possa ter. E este ponto está verdadeiramente bem trabalhado.

Na verdade, toda a componente histórica é fruto de um conhecimento invejável (e, certamente, um trabalho de pesquisa exaustivo), que nos faz perceber os antecedentes, as consequências maiores e mesmo a forma de pensar de quem se encontra nas ruas. Esta dimensão está absolutamente de parabéns!

No entanto, nem tudo são rosas e a verdade é que a segunda metade do livro se tornou inegavelmente mais arrastada. E o primeiro motivo é a confusão. Isto porque o autor acaba a tratar de imensos núcleos que se interligam e não chegam a ser trabalhados em profundidade, o que significa que, a dada altura, já estava perdido no meio de tantos nomes, posições e factos envolvidos. E isso leva-me a não perceber algumas das coisas que vão acontecendo até ao final.

Essa falta de ligação ao rumo da história resultou ainda da indiferença face às personagens, ou não tivessem também elas sido maioritariamente construídas à volta da sua posição política e visão da sociedade. Nunca chegamos a senti-los como pessoas, seres humanos com falhas que cometem erros e padecem com isso. Acima de tudo, durante quase toda a narrativa as sensações e os sentimentos quase não são expressos, o que impede que nos apeguemos realmente a elas.

Em resumo, recomendo a leitura a todos aqueles que se interessam sobre este período e, tendo já algum conhecimento sobre ele, se querem aventurar numa história que o aprofunde, particularmente em termos políticos, ao mesmo que se veem embrenhados em esquemas de assassinatos e espiões.

Boas leituras!! ;)

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