Review: "Lobos Cinzentos", de Robert Muchamore

26/04/2019



Editora: Porto Editora

Autor: Robert Muchamore

Edição: 1

Número de páginas: 416




Sobre o autor

Robert Muchamore nasceu em 1972, em Londres. Desde que escreveu "O Recruta", em 2003, a sua popularidade e sucesso literário (especialmente entre os mais novos) cresceu. O último livro da CHERUB foi publicado em 2016



O livro

Olá a todos!! :)

Com a ajuda da maratona, rapidamente cheguei ao quarto livro de "Henderson's Boys", rumo à primeira verdadeira missão dos nossos agentes da recente CHERUB, em tempo de plena guerra. A II Guerra Mundial não pretende dar tréguas...

Com mais meios do que seria inicialmente expectável, a equipa de agentes secretos poderá infiltrar uma equipa na zona de Lorient, na França ocupada. O objetivo é bastante claro: atrapalhar as forças armadas alemãs o máximo possível, sem serem descobertos. Mas será esta segunda parte verdadeiramente alcançada quando o ambiente na vila é de absoluta desconfiança?

E os perigos e conflitos desumanos da guerra estão constantemente à espreita...

Bem, bem, bem... Sinceramente, não sei por onde começar.

Não é que esta tenha sido uma má leitura. De todo. Contudo, foi decididamente uma quebra inesperada na coleção. De Robert Muchamore eu apenas esperava voltar página atrás de página para querer saber sempre mais. E, já que o cenário da história impede que experienciemos a sua descontração habitual, pensava que ia conseguir, pelo menos, sentir-me novamente focado na história, como se a lombada do livro escondesse no seu interior um íman capaz puxasse para um campo invisível onde os meus olhos precisassem de ler mais para saberem o que aconteceria a seguir. Mas, desta vez, o íman estava gasto, desmagnetizado...

Acho que o autor tentou incluir demasiados temas, demasiadas sub-histórias... Demasiada informação. E, tendo em conta que a sua grande maioria era, a meu ver, nada mais do que desnecessária, sou obrigado a concluir que este foi o principal causador do meu pontual sentimento de desconexão com a história.

Para além disso, não fui capaz de não reparar em como a forma de construção de relacionamentos entre membros do sexo masculino e feminino foi levada a um ponto mais extremo/evidente. Já em CHERUB a questão se colocava, ainda que de forma mais subtil. Os rapazes traiam as suas namoradas, as quais frequentemente viam como objetos sexuais. No entanto, estas questões enquadravam-se justificadamente na história da coleção principal. A minha pergunta agora é: para quê repetir? Qual o objetivo de manter esta imagem, agora de forma lamentavelmente mais exagerada, dado o período histórico? A meu ver, o problema coloca-se essencialmente porque estas situações surgem de forma tão leviana que quase não parecem reprováveis. Se o propósito é sensibilizar, então creio que isso deveria ficar mais claro, especialmente quando se escreve para a faixa etária em questão.

Sinto que precisava de falar sobre isto. Desabafar sobre esta fonte de incómodo sobre um autor que, apesar de tudo, é um story-teller que admiro bastante.

De qualquer das formas, o cenário de guerra foi apresentado com todo o cuidado e estudo, mas simultaneamente de forma agradavelmente leve e natural, pelo que todo o panorama europeu, político e bélico, consolidou as motivações e os interesses que formaram as missões, ao mesmo tempo que manteve o leitor curioso um pouco mais interessado.

Todavia, a leveza do estilo de Robert Muchamore (igualmente presente nesta história) acabou por não afastar toda a maldade à volta dos conflitos vividos (o que, definitivamente, não é um ponto negativo). Por outro lado, deparei com uma quantidade crescente de episódios marcados por uma violência pura e gratuita, a qual, não obstante a fúria da guerra, deveria ter sido apresentada como errada ou imoral.

Ainda assim, estou certo de que este foi o ponto baixo da coleção e que, a partir daqui, tudo melhorará. Seja como for, é de salientar que não faltam neste livro cenas de ação e estratégia, bem como personagens cativantes que nos esforçamos por acompanhar enquanto nos apercebemos das condições de vida na França ocupada de 1941...

Boas leituras!! ;)

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