Review: "O Quarto de Jack", de Emma Donoghue
Editora: Porto Editora
Autor: Emma Donoghue
Edição: (2016)
Número de páginas: 336
Sobre a autora
Emma Donoghue nasceu em 1969, em Dublin (Irlanda). Para além deste livro ("Room", com direito a filme e tudo!), já publicou diversos livros e recebeu ainda mais prémios!!
O livro
Olá a todos!! :)
Acabo de ler "O Quarto de Jack", com ligeiros arrepios a percorrerem-me as costas, ainda tocado com o final. Tudo se liga, se compreende, ganha um propósito. Não poderia ter havido melhor desfecho!
Mas como é suposto começar pelo princípio, aqui vamos. Jack vive no Quarto com a sua Mamã, sem contacto com o mundo exterior (o Espaço Lá Fora), iniciando-se o livro com o seu quinto aniversário. Desde o início, sentimos vontade de descobrir a razão do seu isolamento e atiramos hipóteses que acabam por sair ao lado... A verdade é que ambos vivem confinados nessa divisão e o seu contacto com o mundo chega por meio de uma televisão.
Depois, a tentativa de mudança, a mudança e, finalmente, a adaptação: não referirei os factos, como devem perceber... Mas leiam para conferir!!
Como todas as crianças da idade, Jack é (ainda mais) inocente e traz-nos uma narração diferente, cheia de dúvidas e com momentos que nos fazem rir e outros que nos tocam profundamente. Talvez seja isto que contribui para a grande emoção que este livro carrega: o facto de ele não perceber grande parte do que se passa à sua volta, os sacrifícios da Mamã.
Mas não pensem que é um livro sentimentalista nem nada do género, não se põe com lamechices e afins..! Consegue ser comovente, intenso, por todas as verdades das quais nos apercebemos e que Jack não entende... Seja a situação em que vivem, as reações da Mamã, etc.
A escrita da autora é super fluida, e madura, para além de muito visual! É acompanhada por algumas maiúsculas e expressões bem conseguidas que nos elucidam sobre a vida de Jack, uma vida nada comum...
Também as personagens são muito bem construídas, com especial destaque para os dois principais (Jack e a Mamã - já agora, a Mamã é sempre a Mamã, não temos referência ao seu nome de batismo, ok?; e isto é ótimo para o sentimento que acabamos por nutrir por ela).
A ideia foi bem original e muito bem aproveitada, com momentos de introspeção, diversão, comoção, culpa, e mesmo desespero. E tudo isto enquanto nos leva a refletir imensas coisas: a mudança, a ilusão, o amor da Mamã que sempre prevalece.
A capa e a diagramação estão irrepreensíveis, assim como a tradução, incluindo a de certas expressões idiomáticas. Parabéns ao trabalho da Porto Editora!
E mais ainda só à autora! Num livro irrepreensível, num livro que não posso criticar, só posso dizer que ele passa diretamente para os meus favoritos e que se torna um dos meus queridinhos mais queridinhos da estante!!!! Quero ler mais livros dela rapidameeeente!
Leiam, não se arrependerão! Ah, e preparem-se: o mundo não será o mesmo depois de o lerem!
Boas leituras!! ;)
Oferta de:
Unboxings, updates de leitura e uma data de loucuras aleatórias! Não me digas que tens perdido...
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